terça-feira, 4 de outubro de 2011

A greve dos servidores das Universidades Federais

No ultimo dia 26/09 os trabalhadores técnicos administrativos das universidades federais em todo país voltaram ao trabalho após mais de 100 dias em greve com um gosto amargo na boca. Toda a luta desenvolvida com caravanas, ocupações de reitorias, marchas, acampamento na esplanada dos ministérios, audiências publicas, panfletagens e até protestos dentro do congresso nacional não conseguiram demover o governo de inaugurar uma política no Brasil pós-ditadura de não negociar e criminalizar os grevistas da FASUBRA.


Um breve histórico.



Depois da vitória econômica da greve de 2007, ficaram muitas pendências da nossa carreira para serem negociadas com o governo. Após três anos em negociação, onde mais de 40 reuniões entre FASUBRA e governo foram realizadas, documentadas e nenhuma possibilidade de avanço foi apontada. A sábia paciência da categoria se esgotou quando o governo já em 2011 enrolava a direção da FASUBRA com reuniões nada produtivas, muitas vezes adiadas e sem nenhuma proposta concreta.

No mês de junho os trabalhadores das universidades em todo país decidiram em assembléias, com presença maciça que era necessária, a greve para cobrar do governo uma proposta concreta na mesa de negociações.

                                   Além da motivação salarial, o funcionalismo via com preocupação os Projetos de Lei que privatiza os hospitais universitários (PL 1749), congela os salários do funcionalismo público (PL 542), ameaça à estabilidade do emprego (PL 248) e que ataca a previdência (PL 1992).

                                   A categoria entendia que havia muitos motivos para lutar e assim a greve foi construída por todo país.



O governo coloca a crise econômica nas costas dos trabalhadores



                                    No final de 2010, o Ministro Mantega dá uma entrevista exclusiva ao Fantástico, logo após Dilma já ter sido eleita, onde ele já anuncia com todas as letras: “ Não há previsão de reajuste salarial para o funcionalismo em 2011” (Ver em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2010/11/ministro-guido-mantega-fala-sobre-corte-de-gastos-em-2011.html). e anunciou um conjunto de medidas que começaram a ser colocadas em prática no início de 2011, onde o governo deu um aumento minúsculo para o Salário Mínimo e cortou R$ 50 bilhões do orçamento para garantir um ajuste fiscal com o objetivo de preparar o país para a crise. O endurecimento por parte do governo nas mesas de negociação com os sindicatos do funcionalismo fazia parte do conjunto de medidas que passou a compor política econômica do governo.

                                   O contraditório é que ao mesmo tempo em que o governo nega aos trabalhadores ele dá aos poderosos. Ou todos não se lembram do aumento escandaloso dos salários dos deputados, senadores e da própria presidenta no início do ano e recentemente do “Programa Brasil Maior” que deu anistia fiscal aos mega-empresários num valor de R$25 bilhões?

                                   O governo está preparando o país para a crise econômica que já faz estrago na Europa. E quem está sendo sacrificado é o trabalhador. Porque os empresários e os banqueiros estão passando muito bem.





Mais de 100 dias em greve, e o governo não recebeu o Comando Nacional de Greve nem uma única vez.



                                               A maioria dos trabalhadores das universidades votou em Dilma. A FASUBRA, em Plenária Nacional, no segundo semestre de 2010, aprovou construir Comitês de Apoio à sua candidatura nos estados e, mesmo assim, o que leva um governo não receber a categoria em greve?  O que leva esse governo formado por ex-sindicalistas a entrar na justiça e pedir a ilegalidade de nossa greve? (nem FHC teve tal atitude.). Quais os motivos reais para o governo derrotar a greve da nossa categoria que tem o menor piso salarial do funcionalismo?

                                   Primeiro que essa atitude do governo tem nome: Traição!  Em segundo lugar, a motivação para o governo jogar tão duro contra os trabalhadores é a opção equivocada que Dilma e o PT estão fazendo de governar em aliança com os poderosos. Pois só assim podem sobreviver no jogo eleitoral, pois sem o apoio econômico de empresários e banqueiros não se ganha as eleições nesse país. Não é atoa que a campanha de Dilma foi a que mais arrecadou apoio financeiro de setores pesados do empresariado e dos banqueiros do país.

                                   É a primeira vez que não somos recebidos uma única vez em greve por um governo desde a reabertura democrática do país, essa marca do atual governo ficará na história da FASUBRA.

                                              

A greve aqui na UFSCar



                                   Como em toda greve sabemos que a participação nem sempre atinge a totalidade dos funcionários na mobilização, mas, nem por isso, podemos dizer que a greve aqui na UFSCar não foi representativa. Vários setores, importantes, aderiram à greve e tivemos a presença de muitos ativistas que recém entram na UFSCar (vários em Estágio Probatório). Esse fenômeno, inclusive, se refletiu nacionalmente, onde em vários locais as antigas e pelegas direções foram derrotadas quando indicaram o fim da greve.

                                   Não podemos compactuar com o discurso que acusa, irresponsavelmente, que a greve foi “derrotada” por conta da baixa participação dos trabalhadores. Avaliamos, mesmo com todos os problemas que enfrentamos, que essa greve foi vitoriosa e deixou a categoria preparada para futuras mobilizações que, com certeza, virão.

                                   Lamentavelmente tivemos a atuação de pseudos sindicalistas que obrigou seus subordinados a cumprir os 50% determinado pela Justiça, mas, como sempre, foram desmascarados pela realidade imposta pelo movimento.

                                   Temos a plena convicção que lutamos todos os dias contra os ataques do governo Dilma e em defesa da nossa pauta, em nenhum momento furamos greve ou desistimos de lutar, mas precisamos caracterizar que neste momento, os inimigos de classe são fortes e em grande quantidade, daí a importância do recuo tático que fazemos neste momento para realimentar as energias da categoria, rearmar a militância e eleger uma nova direção para Fasubra, que de fato esteja comprometida com a categoria e não com o governo.



Pauta Interna: é possível conquistar as 30 horas!

                       

                                   As trinta horas semanais é uma realidade. É possível conquistá-la.

                        A discussão já está aberta e temos a plena convicção que nossa organização dará conta de arrancá-la. Não tenhamos ilusão que não será uma tarefa fácil, pois existem muitas posições que acham que funcionário não só não deve trabalhar 30 horas mas 44 se possível.

                                   Tomem cuidado com a boataria pois já estão dizendo que implantar as 30 horas significa ter redução de salário, perda do vale-alimentação e por aí vai... (capaz de irem até aos jornais da cidade para falar essas asneiras).

                                    Estaremos divulgando, entre hoje e segunda-feira, um texto mais elaborado sobra a nossa pauta interna.



                        VAGAS NA CRECHE: Estamos convocando todos aqueles que estão sem vagas para seus filhos na UAC que participem de uma reunião, no próximo dia 04, terça-feira, pela manhã (9 horas) na sede do sindicato

                        Divulguem a todos, inclusive alunos e docentes

                        (MSV= Movimento dos Sem Vagas).

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Saída unificada da greve


GREVE CHEGA AO FIM!
MAS A MOBILIZAÇÃO CONTINUA!


No dia 19/09/2011, em Assembleia dos servidores técnico-administrativos da UFSCar, foi deliberado pelo indicativo de retorno às atividades a partir do dia 26/09/2011, acatando a orientação do CNG pela "Construção de Saída Unificada de Greve”.
Em nova Assembleia realizada nessa quinta-feira, 22/09, essa decisão foi referendada e os seguintes encaminhamentos foram aprovados:
1 – Uma parte do dinheiro que sobrará do fundo de greve será usada para aquisição de um equipamento de som para o sindicato, que será instalado na pick-up para uso em atos públicos e principalmente nas campanhas da pauta interna.
2 – Outra parte do dinheiro será usada na campanha ”30 horas-semanais JÁ!!!!”, pois planeja-se fazer uma campanha visual por todo o campus, além de convidar servidores de outras universidades que já fazem as 30 horas para ajudar no debate.
3 – Será feita a prestação de contas do fundo de greve.
4 – As reuniões da comissão das 30 horas serão abertas, dessa forma todos estão convidados a participar. A próxima ocorrerá no dia 27/09, 10:30, no Sindicato.

A LUTA CONTINUA!!!
30 horas-semanais JÁ!!!!
 

sexta-feira, 16 de setembro de 2011


PRIVATIZAÇÃO DOS HU’s É ADIADA: MOVIMENTAÇÃO DA FASUBRA IMPEDE VOTAÇÃO

Estava prevista para terça-feira, 13/09, a votação do PL 1749/2011 na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Aproximadamente 800 técnico-administrativos ocuparam o Plenário 13 e impediram a votação do relatório que institui a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH. Diante do protesto, a votação foi adiada para o dia seguinte, quarta-feira, 14/09.
Novamente os técnico-administrativos voltaram à Câmara e impossibilitaram a votação, que agora ocorrerá diretamente no Plenário Geral em data ainda a ser definida. Com esses adiamentos ganhamos tempo para intensificarmos a pressão junto aos Parlamentares, a fim de que não avancem na privatização do serviço público.
Ao saber que a Ministra do Planejamento, Miriam Belchior, estava sendo sabatinada pela Comissão Mista de Orçamento, os caravaneiros decidiram adentrar a comissão para acompanhar a arguição e cobrar que a categoria seja recebida para tratar da pauta de reivindicações da campanha salarial. Ao tentar impedir a manifestação dos servidores, a Polícia Legislativa agrediu Sandro Pimentel, coordenador da FASUBRA.

ELEITOS OS REPRESENTANTES TAs PARA A COMISSÃO QUE DISCUTIRÁ A PAUTA INTERNA

Em reunião com a Reitoria, na quarta-feira, 14/09, ficou acordada a criação de uma comissão paritária a ser composta por cinco servidores docentes e cinco técnico-administrativos, com o objetivo de discutir a pauta interna do nosso movimento.
Na Assembleia de quinta-feira, 15/09, foram eleitos os representantes do Campus São Carlos, a saber: Vania H. Gonçalves (BCo), Robson da S. Rodrigues (DL/CECH), Antonio Donizetti da Silva (DTO/CCBS) – Titulares, Silmara H. Capovilla (BCo), Alessandra de Araujo (USE), Edson L. R. Cruz (ProPQ) e Tiago M. Pereira (DEQ/CCET) – Suplentes. Ainda como titulares, comporão a comissão um representante de Araras e um de Sorocaba. Conforme debatido na Assembleia, apesar da distinção titular e suplente, o intuito é que a comissão trabalhe com todos seus membros, sempre em reuniões abertas, de forma a refletir ao máximo os anseios da categoria.
Os principais pontos a serem debatidos serão a expansão de oferta de vagas na UAC e a jornada de 30 horas semanais!

ASSEMBLEIA GERAL
19/09, segunda-feira
9h, no Saguão da Reitoria
Pauta: Avaliação e rumos da greve

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

30 horas, já!

30 horas, já!
 


Na assembleia de hoje, o reitor garantiu a criação de uma comissão paritária para discutir a implantação da jornada de 30 horas.
Também terá continuidade a discussão dos demais pontos da pauta interna.


Sessão de informes
13 e 14/09, terça e quarta-feira
9h, no SINTUFSCar


ASSEMBLEIA
15/09, quinta-feira
9h, no Saguão da Reitoria

Nesse dia haverá eleição dos representantes para a comissão das 30 horas e discussão sobre os encaminhamentos da greve.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Moção de apoio do PT à greve

Moção aprovada no 4º. Congresso Nacional Extraordinário do Partido dos Trabalhadores, realizado nos dias 2, 3 e 4 de setembro de 2011 em Brasília/DF 

Apoio à greve dos técnico-administrativos em educação das Universidades Federais Brasileiras


Os delegados e delegadas reunidos(as) no 4º Congresso Nacional Extraordinário do Partido dos Trabalhadores, posicionam-se de forma solidária ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras técnico-administrativos em educação das universidades federais em greve desde o dia 6 de junho, prestes a completar 90 dias.

Os delegados(as) deste congresso também apelam ao governo democrático da companheira Dilma Rousseff, considerando o histórico de lutas da Fasubra e seu compromisso com a defesa da educação pública, gratuita e de qualidade social, que reabra as negociações e receba o comando Nacional de Greve da Fasubra buscando uma solução para o impasse ora instalado.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

90 dias de greve


Seguindo as orientações do CNG, que orientou a intensificação do movimento, a assembleia de hoje deliberou:
1 – Pela continuidade da greve.
2 – Pela participação da UFSCar na marcha à Brasília do dia 13/09, quando deverá  ser votado na Câmara dos Deputados o PL 1749/11, que trata da privatização dos HU’s. A lista de caravaneiros já está disponível na secretaria do sindicato.
3 – Convidar o Reitor para participação da assembleia da próxima segunda-feira, para discussão da pauta interna.

ATIVIDADE DA GREVE

Convidamos a todos os servidores técnico-administrativos para o:

Bate-papo sobre finanças pessoais

que será conduzido pelo companheiro Alcir Antonio Kuranaga, da Secretaria Executiva da ProAd.

06/09, terça-feira
9h, no SINTUFSCar

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA


ASSEMBLEIA GERAL
02/09, sexta-feira
9h30, no Saguão da Reitoria



Notícias: FASUBRA solicita à Presidenta Dilma mediação para retomar Agenda de Negociações

Com a greve da categoria chegando a 82 dias sem proposta efetiva à pauta de reivindicações, a FASUBRA Sindical decidiu por enviar ofício ao Palácio do Planalto, mais precisamente à Presidenta da República Dilma Rousseff, com objetivo de restabelecer as negociações com o Comando Nacional de Greve.
O documento, assinado pelos três coordenadores da Federação, Léia de Souza Oliveira, Paulo Henrique dos Santos e Rolando Malvásio, informa à presidente a causa principal de a categoria ter deflagrado a greve em 01 de junho passado: o não cumprimento do Termo de Compromisso firmado em 2007.
A coordenação Geral da FASUBRA relata os apoios que a greve tem conseguido conquistar, como de parlamentares, gestores e até mesmo do Ministro da Educação, Fernando Haddad, no sentido de solucionar tentar solucionar o impasse e retomar a normalidade no ambiente de trabalho dos TAE´s, ou seja, as universidades públicas brasileiras.
O texto faz referência também à recente ratificação da convenção 151 da OIT, e na regulamentação da negociação coletiva no serviço público, e ressalta o esforço das centrais sindicais que foram recebidas pelo Secretário Geral da Presidência, que afirmou categoricamente, que “não é política de governo não receber entidades em greve”.
A expectativa da Federação agora é de que a Presidente intermedie a retomada da negociação com a Federação, de modo a resolver o impasse.
A íntegra do ofício está disponibilizada no IG Nº 13 da FASUBRA.